segunda-feira, 3 de abril de 2017

ED1.



1.

    Após o fim da aula o sol se punha ocioso, provocando um alaranjado costumeiro das tardes em Brasília. A primavera havia começado oficialmente no dia anterior e uma chuva pesada caíra metamorfoseando o marrom predominante em um verde imemorável.

    Ela desceu as escadas com uma destreza singular e, ao sair da escola, seguiu seu caminho para casa. Música alta ocupava seus pensamentos quando se deparou com o espelho enorme de um prédio empresarial, ainda molhado com um chuvisco rápido de fim de tarde. Ficou a observar.

    Enquanto admirava seu reflexo, não pode evitar a grande porcentagem do espelho que não a refletia e que, por sua vez, era tão diversa e envolvente, que ela se deixou levar pelo ambedo       desconcertado do momento.

    Um espaço tão extenso. A grama, o comércio, os carros, o ônibus, as nuvens e até o sol. Um espaço tão extenso. Todo o mundo... Bem ali... E até além dele.... O sol. Tudo em uma superfície plana, sem profundidade alguma, refletido, representado. Ela imaginou a distância entre a terra e o sol, e que tudo isso, toda essa área, estava, de certa forma, sendo representada bem ali.... Bem em sua frente.... Bem ali, num pedaço de vidro. Quase 150 milhões de quilômetros, 150 milhões... Um espaço tão extenso...

    Ficou mais alguns minutos e seguiu seu caminho. Atravessou os eixos descendo até as quatrocentos e, durante o percurso, ao observar o ambiente, continuou sua reflexão sobre as distâncias, os 150 milhões de quilômetros que a distanciavam de nosso astro mais próximo, porém, também existem distâncias extremamente pequenas, celulares, moleculares, atômicas e até menores... Até onde as distâncias poderiam ir?

    Lembrou-se das aulas de geometria, ponto, reta, plano, conceitos tão básicas e, ao mesmo tempo, tão intrigantes. O ponto é infinitamente pequeno, Existem infinitos pontos... Infinitas retas formadas por infinitos pontos... Infinitos planos formados por infinitas retas que, por sua vez, são formadas por infinitos pontos e assim em diante.... infinitos.... Formando todo esse espaço bem aqui, tudo. Infinitos planos em infinitas direções bem aqui. Nas árvores, no céu, no chão.... Em mim.... Infinitos... Nós somos infinitos?

    Perdeu aquela noite com essa reflexão desmesurada.

    ~ZSett 








segunda-feira, 20 de junho de 2016

Escrito num ímpeto

   APENAS VIVA


   Planos, planos e planos. Uma vida cheia deles. Devemos esquecer os planos, pensar como animais, viver como animais. Olhar sem vergonha, falar sem medo. Inspire a calma e expire a compaixão, mas seja indiferente, seja animal.
   O que os olhos veem o coração sente, além disso não percebemos.
  Nossa personalidade é imutável, porém, a forma como a expomos é algo que pode ser inovado, algo que pode ajudar (ou atrapalhar). É como uma válvula de escape, por onde escoam nossos sentimentos inchados. Preciso disso, sim, preciso inovar ou, ao menos, renovar o meu eu de um passado novo e esquecido, ancestral e evocado.
   Preciso cegar meus olhos tão desejosos, emudecer as palavras individuais e ensurdecer os sons inexistentes.
   A verdadeira vida não é feita de escolhas, mas sim da ausência delas.

sábado, 18 de junho de 2016

Love - Paranormal Reality

Violett - 14/03/16


   Esse desenho foi uma parada bem instintiva, mas que acabou dando certo (eu acho). Eu tentei representar várias variáveis presentes na minha realidade, que, como o título explicita, têm a ver com esse sentimento escroto que é o amor. Eu não vou interpretar nada, mas fiquem à vontade para tirarem suas próprias conclusões...
   Obs: Perdoem a qualidade da foto, eu realmente não tenho a capacidade de fazer algo melhor por agora.

Sem métrica alguma e com possíveis erros de inglês...

[Destiny]

There were no birds now
No dog and no owl

There was just the night
And me
But I was happy
I was free

And then in the darkness
I saw her sleeping
She were like always
But kind of creepy

And suddenly
Came the fire
With all his light
And his desire

I tried to reach but
It was too late
The fire was everywhere
And that was my fate

         ~Violett